terça-feira, 5 de novembro de 2013

O seu perfume inebria todo o país

Vi em uma rede social que hoje é o Dia Nacional da Língua Portuguesa, e isto me remeteu a um texto em que tive contato no início da faculdade: Última flor do Lácio, de Olavo Bilac. Foi uma sensação gostosa lembrar desse poema, ele ilustrou o verso de uma camiseta que confeccionamos - minha turma e eu - no primeiro semestre da graduação, foi nossa marca, nosso diferencial dos demais graduandos em Letras.
Por isso, resolvi publicar esta linda poesia que enaltece o nosso sublime idioma, cheio de nuances, encantos e mistérios. Que saibamos tratá-lo com carinho e devida atenção, só assim seu perfume conquistará mais e mais amantes:




Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


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